Título: António José de Almeida e a República – Discurso de uma vida ou a vida de um discurso.
Autor: Luís Reis Torgal.
Editora: Temas & Debates – 1ª Edição, 2005
Impressão: Printer Portuguesa
Páginas: 255 numeradas
Classificado na temática: 5 de Outubro e Iª República.
António José de Almeida (1866–1929) foi uma figura central na política portuguesa do início do século XX, sendo o sexto Presidente da Primeira República Portuguesa, exercendo o cargo entre 1919 e 1923.
Natural de Penacova, formou-se em Medicina pela Universidade de Coimbra, onde se destacou como ativista republicano. Médico, jornalista, orador popular de excelência, maçon, desde jovem, demonstrou uma forte oposição à monarquia, o que lhe custou um período de três meses de prisão devido a um artigo crítico ao rei D. Carlos I, publicado no Jornal académico “O Ultimatum”, intitulado "Bragança, o último":
“Não se encontra em ponto algum do país um único homem, ou seja católico ou protestante, monárquico ou republicano, padre ou secular, bacharel ou sacristão, ou faça parte da nobreza ou pertença à plebe, que perante a lei não seja responsável. Donde se conclui que El-Rei D. Carlos de Bragança não é um homem! […] Donde se conclui que El-Rei D. Carlos de Bragança é um animal! […] Entendo, pois, que o melhor será, quando os canhões começarem aos urros e quando o sangue principiar a correr, metê-lo numa das gaiolas centrais do Jardim Zoológico, fazer-lhe aí uma cama de palha e deixá-lo ficar muito tranquilo e muito descansado”.
Foi um dos fundadores do Partido Republicano Português e, após a implantação da República em 1910, assumiu o cargo de Ministro do Interior no governo provisório de Teófilo Braga. Posteriormente, tornou-se líder do Partido Evolucionista, uma dissidência do partido republicano original, defendendo uma abordagem mais moderada e conciliadora.
Em 1919, foi eleito Presidente da República durante um período conturbado da Primeira República, caracterizado por instabilidade política e dificuldades económicas. Apesar dos desafios, conseguiu fortalecer a imagem da República e foi o único presidente da Primeira República a cumprir integralmente o seu mandato de quatro anos.
Durante seu governo, trabalhou para restaurar a ordem após os conflitos da Monarquia do Norte e tentou estabilizar a economia, enfrentando desafios como greves e tensões sociais. Destacou-se também na política externa, representando Portugal na Conferência de Paz de Paris (1919) e reforçando alianças internacionais. Foi durante o seu mandato que Sacadura Cabral e gago Coutinho efetuaram a 1ª Travessia Aérea do Atlântico Sul, em 1922.
Após deixar a presidência, retirou-se da vida política ativa. Faleceu em Lisboa em 1929, sendo lembrado como um dos poucos líderes republicanos que conseguiu exercer um mandato presidencial sem ser derrubado por golpes ou crises políticas severas.
Seu legado permanece na história de Portugal como um político íntegro, defensor da República e da estabilidade institucional num período de grande turbulência.
Veja vídeo biográfico sobre António José Almeida apresentado na página do site do Museu da Presidência da República.
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