Título:Questionar Abril.
Autor: Pedro Pezarat Correia
Editora: Circulo Leitores
Impressão: Printer Portuguesa , Junho 1994
Páginas: 278
Classificado na temática: 25 Abril de 1974.
Nas palavras de Vasco Soromenho Marques, no prefácio ao livro, publicado a quando do 20º aniversário do 25 de Abril de 1974, fica a pergunta «Haverá uma maneira mais adequada de cumprir Abril do que a sua interrogação num horizonte de futuro?». É uma pergunta que hoje ano dos 50º aniversário podemos refletir e voltar a recolocar. Que sociedade é a que os Capitães de Abril nos legaram e convidaram a construir, o que difere da sonhada e idealizada por aqueles homens? Leia o livro e faça a sua análise.
Estrutura do Livro.
1. Capítulo I: Investiga a natureza do 25 de Abril – golpe militar, revolução ou combinação de várias modalidades de intervenção política – e os fatores que possibilitaram o seu sucesso.
2. Capítulo II: Foca nos antecedentes do Movimento das Forças Armadas (MFA), considerando as tentativas militares anteriores contra a ditadura e os elementos que diferenciaram o 25 de Abril.
3. Capítulo III: Analisa o papel dos Capitães, da "geração de sessenta" que liderou o MFA, e a sua conexão com eventos históricos, como as campanhas de Humberto Delgado e a Revolta de Beja. Não esquecendo ainda a relevante participação dos Oficiais Milicianos no período pós o golpe militar de 25 de Abril.
4. Capítulo IV: Aborda o processo pós-revolucionário, analisando a sua travagem e inversão revolucionária e as contradições dentro do Conselho da Revolução, além da recuperação de hierarquias conservadoras e da ascensão do neoliberalismo.
5. Capítulo V: Explora os reflexos internacionais do 25 de Abril, com destaque para sua influência em Portugal e nas relações com Espanha e África Austral.
6. Capítulo VI: Compara o 25 de Abril a outros eventos marcantes da história portuguesa, como os movimentos de 1820 e 1910, destacando semelhanças e diferenças quanto aos valores democráticos e de intervenção militar.
O livro inclui ainda um conjunto de 3 anexos ( Programa do Movimento das Forças Armadas, Movimento das forças Armadas e a Não, Documento dos nove).
No todo o livro é uma contribuição relevante para a historiografia do “25 Abril de 1974”, ao propor levantar questões e provocar novas reflexões sobre o acontecimento, evitando respostas definitivas, mas aprofundando o conhecimento do evento. Não se limitando a uma narrativa factual, o autor conecta o 25 de Abril com eventos anteriores e posteriores. Inserindo-o num contexto histórico mais amplo, e ao compará-lo com outros marcos históricos, a analogia com 1820 e 1910, é interessante também para situar o 25 de Abril num padrão histórico de intervenções militares em Portugal.
Dados Biográficos do autor.
Nasceu no Porto em 16 Novembro de1932. Estudou no Colégio Militar, licenciatura em ciências Militares – Arma de Infantaria - na Escola do Exército, em 1953, doutorado pela Universidade de Coimbra com distinção e louvor em 2017, com tese apresentada sobre o tema da “...Descolonização: do protonacionalismo ao pós-colonialismo”. Major-general na reforma. Cumpriu várias comissões na guerra colonial nos diveros teatros de operações (Índia, Moçambique, Angola e Guiné), a quando do 25 de Abril encontrava-se em comissão em Angola. Participou na contestação ao Congresso dos Combatentes de 1973, e no movimento dos capitães (já major) movimentação militar que mais tarde desembocou na criação do M.F.A. dando origem ao 25 de Abril de 1974, integrou o Conselho da Revolução e comandou a Região Militar do Sul. Na FEUC fundou e lecionou a cadeira de Geopolítica e Geo-estratégia. Conferencista no IDN, UAL – Universidade Autónoma de Lisboa, e outros institutos superiores. Autor de diversas obras publicadas sobre o 25 de abril e a descolonização. Foi o primeiro presidente da assembleia geral da Associação 25 de Abril.
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