domingo, 29 de dezembro de 2024

Livro: Questionar Abril. Divulgação de Acervo.

Título:Questionar Abril.

Autor: Pedro Pezarat Correia

Editora: Circulo Leitores

Impressão: Printer Portuguesa , Junho 1994

Páginas: 278

Classificado na temática: 25 Abril de 1974.

 

Nas palavras de Vasco Soromenho Marques, no prefácio ao livro, publicado a quando do 20º aniversário do 25 de Abril de 1974, fica a pergunta «Haverá uma maneira mais adequada  de cumprir Abril  do que a sua interrogação num horizonte de futuro?». É uma pergunta que hoje ano dos 50º aniversário podemos refletir e voltar a recolocar. Que sociedade é a que os Capitães de Abril nos legaram e convidaram a construir, o que difere da sonhada e idealizada por aqueles homens? Leia o livro e faça a sua análise.


Estrutura do Livro.

1. Capítulo I: Investiga a natureza do 25 de Abril – golpe militar, revolução ou combinação de várias modalidades de intervenção política – e os fatores que possibilitaram o seu sucesso.

2. Capítulo II: Foca nos antecedentes do Movimento das Forças Armadas (MFA), considerando as tentativas militares anteriores contra a ditadura e os elementos que diferenciaram o 25 de Abril.

3. Capítulo III: Analisa o papel dos Capitães, da "geração de sessenta" que liderou o MFA, e a sua conexão com eventos históricos, como as campanhas de Humberto Delgado e a Revolta de Beja. Não esquecendo ainda a relevante participação dos Oficiais Milicianos no período pós o golpe militar de 25 de Abril.

4. Capítulo IV: Aborda o processo pós-revolucionário, analisando a sua travagem e inversão revolucionária e as contradições dentro do Conselho da Revolução, além da recuperação de hierarquias conservadoras e da ascensão do neoliberalismo.

5. Capítulo V: Explora os reflexos internacionais do 25 de Abril, com destaque para sua influência em Portugal e nas relações com Espanha e África Austral.

6. Capítulo VI: Compara o 25 de Abril a outros eventos marcantes da história portuguesa, como os movimentos de 1820 e 1910, destacando semelhanças e diferenças quanto aos valores democráticos e de intervenção militar.

O livro inclui ainda um conjunto de 3 anexos ( Programa do Movimento das Forças Armadas, Movimento das forças Armadas e a Não, Documento dos nove).

No todo o livro é uma contribuição relevante para a historiografia do “25 Abril de 1974”, ao propor levantar questões e provocar novas reflexões sobre o acontecimento, evitando respostas definitivas, mas aprofundando o conhecimento do evento. Não se limitando a uma narrativa factual, o autor conecta o 25 de Abril com eventos anteriores e posteriores. Inserindo-o num contexto histórico mais amplo, e ao compará-lo com outros marcos históricos, a analogia com 1820 e 1910, é interessante também para situar o 25 de Abril num padrão histórico de intervenções militares em Portugal.

 

Dados Biográficos do autor.

Nasceu no Porto em 16 Novembro de1932. Estudou no Colégio Militar, licenciatura em ciências Militares – Arma de Infantaria - na Escola do Exército, em 1953, doutorado pela Universidade de Coimbra com distinção e louvor em 2017, com tese apresentada sobre o tema da “...Descolonização: do protonacionalismo ao pós-colonialismo. Major-general na reforma. Cumpriu várias comissões na guerra colonial nos diveros teatros de operações (Índia, Moçambique, Angola e Guiné), a quando do 25 de Abril encontrava-se em comissão em Angola. Participou na contestação ao Congresso dos Combatentes de 1973, e no movimento dos capitães (já major) movimentação militar que mais tarde desembocou na criação do M.F.A. dando origem ao 25 de Abril de 1974, integrou o Conselho da Revolução e comandou a Região Militar do Sul. Na FEUC fundou e lecionou a cadeira de Geopolítica e Geo-estratégia. Conferencista no IDN, UAL – Universidade Autónoma de Lisboa, e outros institutos superiores. Autor de diversas obras publicadas sobre o 25 de abril e a descolonização. Foi o primeiro presidente da assembleia geral da Associação 25 de Abril.

 

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sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

Livro: Tratado sobre a Tolerância. Divulgação de acervo.

 Título: Tratado sobre a Tolerância.

Autor: Voltaire ( François-Marie Arouet )

Editora: Relógio de Água

Impressão: Guide Artes Gráficas Lda, Fevereiro 2015

Páginas: 153 numeradas

Classificado na temática: Princípios e valores humanistas.

 

Publicado em 1763, o "Tratado sobre a Tolerância" é uma das obras mais influentes de Voltaire, um dos maiores expoentes do Iluminismo. Escrito como um manifesto contra a intolerância religiosa, a injustiça e abuso judicial, nada de surpreendente aos hábitos da monarquia absoluta do Séculos das Luzes. O tratado foi inspirado pelo caso de Jean Calas, um protestante injustamente condenado e executado, acusado de assassinar o filho para impedir a conversão deste ao catolicismo. Voltaire utilizou o caso para denunciar o fanatismo religioso e popular, a arbitrariedade do poder e a falta de liberdade de consciência, defendendo a tolerância como um valor essencial para a convivência humana e em sociedade.

 


No texto, Voltaire argumenta que a intolerância é contrária à razão, à religião verdadeira e aos princípios da humanidade. Ele promove uma visão de mundo pautada pela razão, pelo diálogo e pela convivência pacífica, desafiando o dogmatismo religioso e político da época.

A mensagem de Voltaire continua extremamente relevante nos dias atuais, embora o contexto tenha mudado. Numa sociedade marcada pela globalização e pelo multiculturalismo, a intolerância assume novas formas, como a xenofobia, o racismo, a radicalização política e o extremismo religioso. As redes sociais, ou mesmo por vezes ações do poder político nem sempre capaz de resistir ao fanatismo popular, amplificam discursos de ódio, criando bolhas ideológicas que dificultam o diálogo e aprofundam divisões.

Por outro lado, a obra obriga também a refletir sobre a hipocrisia de sociedades modernas que, embora proclamem a liberdade e a tolerância, muitas vezes promovem políticas discriminatórias ou permanecem inertes diante de violações de direitos humanos. O discurso de Voltaire recorda-nos que a tolerância não significa aceitar tudo indiscriminadamente, mas sim combater a injustiça e defender o direito de cada indivíduo de viver livremente, desde que não prejudique os outros.

Em síntese, o "Tratado sobre a Tolerância" desafia as sociedades contemporâneas a questionar se: estamos realmente a praticar a tolerância que proclamamos? O legado de Voltaire instiga-nos a combater o fanatismo, a promover o diálogo e a construir um mundo mais justo e igual, sem deixar de ser vigilantes contra novas formas de opressão e intolerância.

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quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

Livro: O Operariado nas vésperas da República (1909-1910). Divulgação de acervo.

Título: O Operariado nas vésperas da República (1909-1910).

Autor: Manuel Villaverde Cabral.

Editora: Editorial Presença.

Impressão: Empresa Gráfica Feirense Lda, Outubro de 1977.

Páginas: 346 numeradas.


Classificado na temática: O Trabalho.

 

Livro que nas palavras do autor tem o seu intuito polémico, ao propor um ponto de vista diverso do que têm, na opinião do autor e até então, informado os trabalhos dedicados ao tema. Procura assim a obra inverter uma certa linha condutora do discurso histórico sobre a a classe operária e sobre a relação desta com a República de 1910. O autor oferece-nos com um outro olhar a história operária em Portugal nas vésperas da República.

A obra é composta de duas partes, uma primeira ( , o estudo realizado pelo autor, que dá título ao livro, seguido de uma segunda que corresponde a extratos da«Inquirição pelas associações de classe sobre a situação do operariado » à época, bem documentada com análises de resultados e respostas das associações de classe.

 1ª parte

    

índice

2ªparte


Índice



Em síntese trata-se  de uma obra de relevante interesse para quem pretenda estudar ou aprofundar o conhecimento do movimento operário em Portugal nas vésperas de República.

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domingo, 22 de dezembro de 2024

Livro: O Apoio Mútuo - Um factor de evolução. Divulgação de acervo.

 

Título: O Apoio Mútuo.

Autor: Piotr Kropotkine.

Editora: Antígona

Impressão: Guide Artes Gráficas.

Páginas: 373 numeradas


Classificado na temática: Anarquismo.



"O Apoio Mútuo" (1902) é uma obra fundamental do anarquista russo Piotr Kropotkine, que desafia as bases do darwinismo social. Em vez de defender que o progresso humano e animal resulta da competição e da "sobrevivência do mais apto", Kropotkine argumenta, com base em registos históricos e observações empíricas, que a cooperação é o principal motor da evolução. Ele demonstra que as espécies e as sociedades humanas prosperam mais quando praticam a entreajuda espontânea, em contraste com os efeitos desagregadores do controlo, e da defesa de privilégios privados, pelo Estado. Ao estabelecer uma base científica para o anarquismo, Kropotkine defende que a organização social deve ser conduzida por princípios de apoio mútuo e liberdade, em vez de competição e coerção.


A relevância de "O Apoio Mútuo", um dos primeiros estudos sistemáticos de entreajuda em comunidades humanas e animais, permanece atual, sobretudo num mundo onde desigualdades e crises ecológicas desafiam as formas de organização da sociedade. A obra combina rigor científico com um discurso político visionário, à época, rompendo com a visão do ser humano como eminentemente competitivo. Kropotkine oferece uma perspetiva inspiradora sobre o potencial de cooperação das sociedades, o que é especialmente pertinente em tempos de crescente individualismo.


Por outro lado, o livro pode ser criticado pela, talvez utopia, e idealização das comunidades humanas e por subestimar os contextos históricos onde o conflito também foi um fator importante de transformação social. Ainda assim, a sua abordagem inovadora continua a ser uma base valiosa para reflexões sobre solidariedade e justiça social.


Nos dias de hoje,na Europa, as palavras de Kropotkine no prefácio à edição de 1914, voltam a ecoar aos ouvidos dos políticos e dos povos…«A guerra atual que fez a maior parte das nações civilizadas da Europa entrar em contacto não só com as realidades da guerra, mas também com os milhares dos seus efeitos colaterais sobre a vida quotidiana, contribuirá de certo para alterar as ideias tradicionais, mostrando a que ponto se faz sentir a necessidade do génio criador e construtivo do povo quando uma nação tem de viver um momento difícil da sua história.»


Em síntese, "O Apoio Mútuo" é uma leitura essencial para quem procura compreender os fundamentos do anarquismo e explorar alternativas às estruturas hierárquicas e competitivas, dominantes, partindo sempre do pressuposto que as soluções estão em nós, não na natureza.



Sobre o autor: Piotr Alexeievitch Kropotkine (1842–1921) foi um dos mais influentes teóricos do anarquismo e um dos mais conceituados geógrafos do século XIX, além de profundo conhecedor de economia política. De origem russa, nasceu em «Moscou», no seio de uma família Aristocrática, com sólida  educação e formação czarista, mas rejeitou os seus privilégios para se dedicar às ideias revolucionárias e ao estudo científico. As suas contribuições são significativas tanto no campo do pensamento político, quanto no da ciência.

Cedo mostrou interesse pelos problemas sociais e pelas condições de vida das classes trabalhadoras. É conhecido como um dos principais defensores do anarco-comunismo (comunismo libertário, não confundir com comunismo de Estado), propondo uma sociedade baseada na cooperação, na solidariedade e no apoio mútuo. Para ele, a competição desenfreada não era uma lei natural, mas um produto das estruturas sociais opressoras.

Entre suas obras mais conhecidas encontram-se "A Conquista do Pão" (1892), um manifesto pela igualdade económica e pela organização coletiva da sociedade, e "Campos, Fábricas e Oficinas" (1899) onde defende a descentralização económica e a integração entre atividades agrícolas e industriais.

Kropotkine foi igualmente homem da ciência, importante geógrafo e biólogo. Realizou, enquanto militar , entre 1862 1886, importantes explorações na Sibéria, contribuindo para o estudo das formações glaciais e da geomorfologia. Nas suas abordagens integrava ciência e política, propondo que o conhecimento geográfico poderia ser usado para melhorar a vida humana, em vez de servir a interesses capitalistas. É durante esse período, que tem oportunidade de observar num mundo escassamente habitado, sujeito a frequentes catástrofes, onde poucas espécies que aí encontram habitat, perceber que a sobrevivência dependia da capacidade de entreajuda para lidar com a adversidade, e que jamais poderia ser superada pela competição.

Perseguido pelo regime czarista, várias vezes preso, vivendo boa parte da vida no exílio, em países como Suíça, França e Inglaterra, Kropotkine manteve sempre presença e influência no movimento anarquista. Após a Revolução Russa de 1917, retornou à Rússia, mas rapidamente ficou desiludido com o autoritarismo bolchevique.

Ainda hoje, as suas ideias e obras inspiram movimentos sociais, ecológicos e comunitários, sendo lembrado como um pensador que procurou a ponte entre a ciência, ética e política em prol de uma sociedade mais justa e livre.

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quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

Livro: Os Capitães , análise crítica da sua formação. Divulgação de acervo.

Título: Os Capitães, análise crítica da sua formação.

Autor: Ten.Coronel Luís Ataíde Banazol.

Editora: Prelo Editora.

Impressão: Casa Portuguesa , Novembro 1974.

Páginas: 94.

Classificado na temática: Revolução de 25 Abril de 1974.



Escrito pouco após os acontecimentos de 25 de Abril de 1974, o Tenente-Coronel Luís Banazol destaca o papel crucial dos Capitães do quadro permanente das Forças Armadas no desencadear das ações e movimentos que culminaram no golpe militar responsável por pôr fim a 50 anos de fascismo. Segundo Luís Banazol, este feito não poderia ter sido levado a cabo por outros que não esta classe de militares: os Capitães. Mas quem eram esses homens, que «tinham como irmãs a ansiedade e a angústia e por mãe a consciência violentada»? O que os motivava, o que os unia e diferenciava, quais os seus ideais e pensamentos?

Estas questões são exploradas neste pequeno, mas profundo, livro. Cinquenta anos depois do 25 de Abril, esses Capitães vitoriosos permanecem símbolos de esperança, guiando e inspirando a nossa democracia.


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Livro: Diário dos Vencidos. Divulgação de acervo.

 Título: Diário dos Vencidos.

Autor: Joaquim Leitão.

Editora: Altheia Editores

Impressão: Tipografia Lousanense Lda, Junho 2010.

Páginas: 285

Classificado na temática: 5 Outubro de 1910 e Iª República.


Capa do livro - acervo Biblioteca B.M.R.

Joaquim Leitão (1875-1956), escritor, jornalista e figura de renome, apresenta-nos nesta obra um retrato dos acontecimentos de 4 e 5 de outubro de 1910, visto pelos olhos daqueles que lutaram pela continuidade da monarquia em Portugal. Como destaca Vasco Pulido Valente no prefácio, Leitão tornou-se o “cronista quase oficial” da resistência monárquica à República, oferece-nos um relato dos últimos dias do regime monárquico. Joaquim Leitão foi diretor do Jornal Monárquico «O Correio» editado na cidade do Porto , e da revista «A Entrevista» entre 1913 e 1914, dando voz maioritariamente a monárquicos ou republicanos dissidentes.

Jornal dirigido por Joaquim Leitão.

O livro, mais do que uma coletânea de depoimentos, é uma viagem no tempo, mergulhando o leitor nos momentos cruciais que definiram o futuro de Portugal. O autor dá voz aos protagonistas, vencidos e esquecidos, e resgata do silêncio episódios que marcaram a transição de regime.

Esta obra emerge como uma fonte histórica, permitindo uma compreensão mais profunda e equilibrada dos acontecimentos do 5 de outubro de 1910. Mais do que um simples livro de história, é uma janela para as emoções, convicções e lutas de uma época crucial, oferecendo ao leitor uma perspetiva pouco divulgada e conhecida.

 

Imagem - Hemeroteca Municipal de Lisboa

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terça-feira, 17 de dezembro de 2024

Livro: O 5 de Outubro , por quem o viveu. Divulgação de acervo.

 

Título: O 5 de Outubro por quem o Viveu – reportagens, depoimentos e relatórios.

Autor: António Ventura (organização)

Editora: Livros Horizonte

Impressão: Rolo & Filhos II S.A., Agosto 2010.

Páginas: 876


Classificado na temática: 5 de Outubro de 1910.

 



Esta obra, lançada para comemorar e recordar o 1º Centenário da República, reúne um conjunto de textos sobre o 5 de Outubro de 1910, os desde seus antecedentes (o Ultimatun e o 31 Janeiro de 1891), escritos e publicados tanto por jornalistas como por atores dos eventos, oferecendo-nos diversas perspetivas sobre os acontecimentos, vem colocar à disposição do público um conjunto, não só de relatos, mas principalmente de fontes históricas essenciais para uma melhor compreensão do do dia 5 Outubro de 1910.

 


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segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

Livro: Do Contrato Social e Discurso sobre a Origem da Desigualdade entre os Homens. Divulgação de acervo.

Título: Do Contrato Social e Discurso sobre a Origem da Desigualdade entre os Homens.

Autor: Jean-Jacques Rousseau

Editora: Portugália Editora

Impressão: Sociedade Astória Lda, Janeiro de 1968.

Páginas: 433

Classificado na temática: Princípios e valores humanistas na sociedade.

 


Jean-Jacques Rousseau, nas suas obras "Do Contrato Social" e "Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens", apresenta ideias centrais sobre a sociedade, a liberdade e a desigualdade.

 

  página 71

No texto Do Contrato Social ou Princípios do Direito Político (1762) Rousseau propõe um modelo de organização política para superar as desigualdades e preservar a liberdade dos indivíduos. Ele defende que, para viver em sociedade, os indivíduos abrem mão de sua liberdade natural e formam um contrato social, criando uma comunidade baseada na vontade geral, onde o interesse coletivo e soberano da sociedade prevalece sobre os interesses individuais. Ao participar do contrato social, o cidadão troca a sua liberdade natural pela liberdade civil, isto é a liberdade garantida pelas leis e pelo bem-estar comum. Rousseau diz-nos que a soberania reside no povo, sendo o governo apenas o executor da vontade geral, quando um governo se desvia dela hipoteca e perde a sua legitimidade. Por fim Rousseau propõe uma sociedade igualitária, onde a justiça é alcançada por meio da participação ativa dos cidadãos na formulação das leis e na manutenção do contrato social.

página 285

 No texto Discurso sobre a Origem da Desigualdade entre os Homens (1755) Rousseau analisa a origem e os fundamentos das desigualdades entre os seres humanos, distinguindo entre dois tipos:

- Desigualdade natural ou física, de que são exemplo diferenças de idade, saúde, força e inteligência, determinadas pela natureza.

- Desigualdade moral ou política, criadas pela sociedade, como riqueza, poder e privilégio.

Ele argumenta que, no estado de natureza, os homens eram iguais, vivendo de forma simples, auto-suficiente e guiados pelo instinto de auto-preservação e compaixão. A desigualdade surge com o desenvolvimento da sociedade, especialmente a partir da introdução da propriedade privada, que marca o início das divisões sociais e conflitos, e da criação de instituições políticas e sociais que consolidam a desigualdade, legitimando a dominação de uns sobre outros.Rousseau conclui que as desigualdades modernas são artificiais e corrompem a liberdade e a felicidade humanas.


Ambas as obras exploram o conflito entre a liberdade e a desigualdade. Enquanto o Discurso critica as origens e os efeitos da desigualdade, Do Contrato Social propõe uma solução política baseada na igualdade, liberdade e soberania popular. Rousseau é considerado um dos maiores inspiradores do pensamento democrático e das revoluções que procuram igualdade social.

Em que medida estas obras podem ainda manter atualidade para as sociedades do século XXI? Para ler ou reler, descubra por si, os sinais estão mais que presentes na atualidade.


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sábado, 14 de dezembro de 2024

Livro: O Único e a sua Propriedade. Divulgação de acervo.

 Título: O Único e a sua Propriedade.

Autor: Max Stirner

Editora: Antígona

Impressão: Guide Artes Gráficas

Páginas: 339


Classificado na temática: Anarquismo.


"O que querem então os homens livres? A resposta é bem simples: eles querem precisamente ser livres, livres de toda a crença, de toda a tradição e de toda a autoridade, pois estas são desumanas". Max Stirner.

 


Em 1844, a publicação de “O Único e a sua Propriedade”, suou a tremor de terra que abalou a consciência e o pensamento da época. Stirner, anunciava a morte de Deus, radicalizava o discurso negando e recusando a transferência e cedência da soberania individual da pessoa para o Estado. A obra tornou-se durante largo período de tempo de acesso clandestino, censurada, considerada um verdadeiro ataque a todos os valores e arrogando-se de direitos absolutos sobre a propriedade e a vida. Considerada por uns com criminosa e perigosa, para outros absurda e escrita por um louco pelo que a sua publicação não traduzia qualquer perigo.

Um livro ainda hoje carregado de polémica, e profundamente atual numa sociedade onde o controlo e cedência da nossa liberdade e individualidade ao Estado e às Novas Tecnologias está bem presente.



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sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

Título: O Banqueiro Anarquista - devulgação de acervo

Título: O Banqueiro Anarquista.

Autor: Fernando Pessoa

Texto publicado em Maio de 1922 na revista Contemporânea


Classificado na temática: Personalidades.



Trata-se de um conto publicado em 1922 na revista Contemporânea. É apresentado como um diálogo filosófico, carregado de ironia, entre dois bons amigos, um ex-operário, que se tornou banqueiro, e um anónimo. O banqueiro defende, por meio de argumentos lógicos, que o enriquecimento e a acumulação de riqueza seriam os caminhos para alcançar o "anarquismo perfeito". A obra apresenta um Pessoa politicamente hábil e provocador, capaz de criar paradoxos intelectuais e momentos de humor.

 


Mesmo sendo uma obra do início do século XX, ela permanece atual, pois aborda temas universais como política, sociedade e a procura pela liberdade. A escolha do título, invertendo as palavras "banqueiro" e "anarquista", é apontada como deliberada e significativa.

 


"O Banqueiro Anarquista" é um conto filosófico e satírico que destaca a genialidade de Pessoa em explorar ideias paradoxais, mostrando a sua habilidade em provocar questões e reflexões profundas e revolução no pensamento.

 


Três edições da Obra em formato a preços mínimos ou oferta (Edição DIGAL).

 

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domingo, 8 de dezembro de 2024

Livro: História do Trabalho – uma nova história da humanidade. Divulgação de acervo.

 

Título: História do Trabalho – uma nova história da humanidade.

Autor: Jan Lucassen

Editora: Temas & Debates chancela da Bertrand Editora Lda

Impressão: Bloco Gráfico, maio 2023.

Páginas: 620

Classificado na temática: Trabalho.

 

Capa do Livro

Índice


O livro, escrito por Jan Lucassen (Prof Emérito da Universidade Livre de Amesterdão), oferece uma história abrangente, mais de 700.000 anos, do trabalho humano ao longo dos tempos. Desde os primeiros caçadores-recoletores, passando pelas sociedades agrárias e esclavagistas, passando pela Revolução Industrial, até ao mundo moderno das reuniões virtuais e do trabalho remoto, Lucassen investiga como as pessoas organizam o trabalho em diferentes contextos: no núcleo familiar, na tribo, na cidade e nos Estados.

Ele analisa questões como a divisão do trabalho entre homens, mulheres e crianças, a invenção do dinheiro, a ação coletiva dos trabalhadores, além dos impactos da migração, da escravatura e da conceção do lazer. A obra também reflete sobre os desafios contemporâneos enfrentados por trabalhadores temporários e a precariedade das suas condições na relação laboral, com a remuneração paga à tarefa.

Com uma narrativa surpreendente, o autor ilumina os temas da cooperação versus subordinação, e da justiça, no trabalho, lançando luz sobre questões essenciais para entender a evolução e os dilemas atuais do trabalho humano. Deixa-nos importantes questões, tais como dar-se-à o fim do capitalismo?, continuará a crescente desigualdade social?, será o mercado a solucionar os problemas da distribuição? , a robótica e a inteligência artificial,trarão benefícios à humanidade ou será uma nova utopia?

 

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sábado, 7 de dezembro de 2024

Livro: Vasco Lourenço , do Interior da Revolução , entrevista de Maria Manuela Cruzeiro

 

Título: Vasco Lourenço, do Interior da Revolução.

Entrevistadora: Maria Manuel Cruzeiro

Entrevistado: Vasco Lourenço

Editora: Ancora Editora e Centro de documentação 25 de Abril - Universidade de Coimbra.

Composto e Impresso: Multitipo Artes Gráficas, 2009.

Páginas: 574


Classificado na temática: Revolução de 25 Abril de 1974.

 



O livro "Vasco Lourenço do Interior da Revolução" é baseado numa extensa entrevista,  realizada entre 1992 e 1995 para o Projeto de História Oral do Centro de Documentação 25 de Abril da Universidade de Coimbra. O objetivo principal do projeto é recolher, preservar e divulgar testemunhos diretos da Revolução de 1974, dos anos que a ela conduziram, e subsequentes, tornando-se uma fonte de referência sobre o processo político-militar de 1974 a 1976.

Com centenas de horas de gravações e depoimentos de diversas figuras, o acervo do Centro destaca-se como um recurso inédito para construir uma memória diversificada, por vezes não consensual, mas autêntica sobre o período. A relevância do livro também decorre do papel central de Vasco Lourenço no Movimento das Forças Armadas, que se estendeu ao longo de todo o período Revolucionário, mas igualmente da riqueza do depoimento, dos dados, eventos e personagens que ajudam a compreender essa etapa crucial da história portuguesa.

Destinado tanto a estudiosos quanto ao público geral, a obra reforça a ideia de que o diálogo e a interação entre diferentes perspetivas são essenciais para a construção e compreensão da história e do momento histórico.

Passado 50 anos do 25 de Abril de 1974, 49 anos  do 25 Novembro de 1975, para ler ou reler.


O Enrevistado.

Vasco Lourenço, Oficial do Exército Português (na reforma), licenciado em Ciências Militares - Arma de Infantaria ,é atualmente presidente da direção da Associação 25 de Abril (visite o site), organização de direito civil, criada por militares do Movimento das Forças Armadas (M.F.A.). A Associação tem como objetivo preservar e divulgar os valores da “Revolução dos Cravos”, promovendo a defesa da democracia, da liberdade, e dos ideais que nortearam o 25 de Abril de 1974. A associação tem tido papel ativo na preservação da memória histórica não deixando de estar presente, ao longo dos anos no espaço público, promovendo e estando presente eventos diversos.

 

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quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

Livro: O 5 de Outubro. Divulgação de acervo.

 

Título: O 5 de Outubro.

Autor: Jacinto Batista.

Editora: Circulo Leitores.

Impressão: Printer Portuguesa Lda, Agosto 1983.

Número de páginas: 216.


Classificado na temática: Revolução de 5 Outubro de 1910.

 

 

«Sim; a republica do nosso sonho nunca será a republica da nossa realidade, como nenhum movimento concreto dum corpo traçará a curva geométrica pela qual aproximadamente o definimos».

Leonardo Coimbra

 

 

 

 Machado Santos em 5 Outubro de 1910

  

 «Contra a idéa republicana em Portugal nada póde coisa alguma; nada a diminue, nada  a destroe, nem sequer os nossos erros, porquanto ella é a condição historica actual da nossa nacionalidade.»

 Sampaio Bruno (em 1909)

 

 

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Livro: O REVIRALHO – Revoltas Republicanas contra a Ditadura e o Estado Novo, 1926-1940.

Título: O REVIRALHO – Revoltas Republicanas contra a Ditadura e o Estado Novo, 1926-1940- . Autor: Luís Farinha. Editora: Editorial Est...